28 de outubro de 2009

desencanto

Fredderick, aquele que ninguem esperava grande coisa, se mostrou ser o mais indigno porém o mais respeitado perante o antro de jovens da cidade. Quando pequeno os olhos verdes nao significavam muito, pela face afável comum de toda criança, e qualquer caracteristica por assim dita criava uma impressao normal. Os pais sendo empresarios de médio porte, nao tinham tempo o suficiente para interagir e influenciar cada passo do menino, abrindo espaço para que as amizades escolhidas por ele pudessem guia-lo pela jornada da vida. A cidade que Fred nasceu nao é e nunca foi de gente simpática, cada um comprava seu pirulito e andava no seu proprio triciclo. A adolescencia de Fred começou muito bem a partir do momento que as sobrinhas de sua mae Ana se mudaram para sua casa. Um grande incendio deixou as duas órfãs, que tambem perderam o seu pequeno piquinês e o gato persa entre as chamas. Para um jovem que está descobrindo as malicias da vida, ter esse tipo de compania é um prato cheio.
Na escola seus colegas de classe média alta se entusiasmavam contando suas historias efemeras sobre como fizeram amor pela primeira vez, dentro de algum banheiro publico ou pelo interior da provincia, com camponesas rusticas e inocentes. Na maioria das vezes era mentira em cima de mentira, para intimidar os outros meninos e sair com a imagem de astuto. Desde criança Fred aprendeu a ser discreto nos menores detalhes, mesmo nas horas que dá aquela vontade de deixar todos com os queixos caidos contando sobre os dias em que seus pais viajavam para o norte a negocios e a casa ficava sobrando apenas três...

26 de outubro de 2009

De olhos fechados à noite, costumo ver e presenciar o que nao existe
se abro os olhos, tudo que vejo de perto está bem, como as coisas do meu quarto quando levanto da cama
mas quando saio pela rua uma nevoa me impede de ver algumas coisas... eu sou miope, uso oculos quando preciso, isso é, nem sempre ver tudo como vejo no meu quarto é relevante.
desde criança me acostumei a ficar atento ao toque do telefone, ao som do aviao passando no céu, o sino do colegio batendo indicando o fim da ultima aula, e ver o rosto de cada pessoa que passa diante de mim.
cada rosto era diferente, isso me fascinava, existir tantas pessoas diferentes com tantas historias pra contar, e fui conhecendo algumas das pessoas que passavam diante de meus olhos já miopes.
enjoei de quase todas.
em diante nao dei mais importancia para os rostos que passam de longe, em formas de silhunhetas coloridas e ambulantes, com suas historias pra contar. as vezes passa um conhecido meu e nao sei bem como, reconheço contornos desfocados de olhos que eu ja tinha encarado antes, pra falar bem acontece sempre com apenas uma pessoa. vejo o cabelo castanho e liso super comum, a estatura comum, braços e pernas comuns, e mesmo que nao esteja olhando exatamente pra mim, mesmo que nao esteja me dando tchauzinho de longe, eu sei bem quem é essa pessoa.
o problema é que nao sei se essa pessoa ainda me reconhece... ate mesmo de perto.