26 de outubro de 2009

De olhos fechados à noite, costumo ver e presenciar o que nao existe
se abro os olhos, tudo que vejo de perto está bem, como as coisas do meu quarto quando levanto da cama
mas quando saio pela rua uma nevoa me impede de ver algumas coisas... eu sou miope, uso oculos quando preciso, isso é, nem sempre ver tudo como vejo no meu quarto é relevante.
desde criança me acostumei a ficar atento ao toque do telefone, ao som do aviao passando no céu, o sino do colegio batendo indicando o fim da ultima aula, e ver o rosto de cada pessoa que passa diante de mim.
cada rosto era diferente, isso me fascinava, existir tantas pessoas diferentes com tantas historias pra contar, e fui conhecendo algumas das pessoas que passavam diante de meus olhos já miopes.
enjoei de quase todas.
em diante nao dei mais importancia para os rostos que passam de longe, em formas de silhunhetas coloridas e ambulantes, com suas historias pra contar. as vezes passa um conhecido meu e nao sei bem como, reconheço contornos desfocados de olhos que eu ja tinha encarado antes, pra falar bem acontece sempre com apenas uma pessoa. vejo o cabelo castanho e liso super comum, a estatura comum, braços e pernas comuns, e mesmo que nao esteja olhando exatamente pra mim, mesmo que nao esteja me dando tchauzinho de longe, eu sei bem quem é essa pessoa.
o problema é que nao sei se essa pessoa ainda me reconhece... ate mesmo de perto.

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