24 de novembro de 2009

Tulio Caio p3

De terça a quinta os dias sao todos muito parecidos com a segunda-feira. Acordo, vou pro estágio, vou pro colégio, saio e vou pro ponto, procuro um onibus e passo pela terceira ponte de novo, no meio de um monte gente fula da vida e doida pra chegar logo em casa. Eu inda mais.
Quando paro no ponto, vou andando até a locadora do japonês e pego o filme mais sangrento que eu ver pela frente. Algo que satisfaça a minha raiva, algo que mate minha sede de sangue depois de uma rotina cheia de gente faceira por todos os lados. Chego em casa chuto meu cachorro tomo banho troco de roupa ligo o dvd assisto o filme com um sorriso no rosto e depois sento aqui na minha cadeira pra caçar algo interessante na internet. Não é uma vida muito emocionante, mas ela me força a buscar coisas novas a todo o momento. Tenho muito medo de cair na demência cotidiana, e aos poucos vejo alguns sintomas em mim. Quando repito uma piada ou digo breguices, já sei que tem coisa errada, entao procuro desenhar, escrever, ouvir música, ler um livro. Sei que sempre há o que fazer, sempre. Apesar disso ser bem saudável, quem vê fica achando que sou doido. Mas bom assim, que pelo menos estou longe de ser normal como eles.

23 de novembro de 2009

Tulio Caio p2

Segunda-feira, costumo acordar umas 7 horas e chego atrasado no trabalho. Ou acordo inda cedo e chego tarde no trabalho por causa do caótico trânsito da manhã. Eu fico preso por mais de meia hora do ponto até o começo da 3ª ponte, e o sol na minha cabeça fritando meus miolos. Tem dias que perco a paciência e saio do onibus e vou pra casa mesmo, na verdade acharia normal que eu fizesse isso sempre, nem sei como aguento uma situação ridicula dessas. As vezes fico olhando pra cara das pessoas do meu lado, parece um monte de robô, não falam nada, não fazem barulho, é estranho. Raramente algum indivíduo não acostumado a esse tipo de rotina, bate boca com o cobrador, ouve música sem fone (eu faço isso) ou alguma escrotisse qualquer.
Chego no trabalho dou bom dia pra um monte de gente chata, bato cartão e simplesmente trabalho. Depende muito do dia, acontece de não ter nada pra fazer ou ter tanta coisa que não dá pra fazer tudo num dia só. Acho que todos os órgãos públicos são assim, o Tribunal de Contas do Estado não é exceção.
Quando dá meio dia bato cartão de novo e vou almoçar num restaurante longinquo, mas onde aceitam que eu pague fiado. Antes eu comia em um self-service perto do tribunal mas meu salário acabava rápido demais, então melhor andar que nem um nordestino do que ter uma rotina tranquila e nenhum dinheiro no bolso. Se não fosse o esforço, ir pra vitória todo o santo dia seria totalmente em vão, a não ser pela experiência do estágio que ajudaria se eu me formasse em direito ou ciência da computação; e sendo que pretendo me formar em medicina, não ajuda muito.
Enfim vou pra minha adorável escola pública, regorjizar o ensino público, com professores públicos e hipocrisia pública. A única vantagem que vejo nisso tudo é fazer intercâmbio no exterior com o governo pagando as despesas, mas não ponho muita fé que vou ter 97% e 100% de desempenho no curso, comigo nada é certo. Primeira aula da segunda é de inglês e se não chego atrasado, durmo na aula. O professor gosta de mim, a gente conversa bastante, as vezes em inglês mesmo, e tiro boas notas com ele. Com os outros professores não ando muito bem porque é dificil me esforçar pra chegar em casa e aprender sozinho. Física é uma matéria simples, o professor é experiente, mas não sabe explicar de uma forma que eu entenda. Português também é uma matéria simples, a professora explica bem mas não sei porque diabos acabo dormindo na aula, derrepente é o calor que me deixa exausto. Sem ironia.
Final da última aula to ensopado de suor e cansado, perco a vontade de ficar com alguma menina bonita da escola. Pra falar a verdade perco a vontade de ficar com aquelas meninas muito fácil, quando alguma chama minha atenção sempre acabam falando alguma coisa escrota e aff, broxo.
"LUA NOVA blablabla", "olha meu gatinho que fofo!", pagação de pau e cagamento de flores.

21 de novembro de 2009

Tulio Caio p1

Andei pensando e decidi escrever sobre minha vida no blog. Nao meus pensamentos tolos, mas a minha rotina, os fatos cotidianos e frustraçoes cotidianas. Acho que terei bastante trabalho pela frente pois as vezes, um pequeno momento na minha vida pode significar muito ou nao pode significar nada. Depende se eu estiver me esforçando pra ser otimista sobre a situaçao que vivo no momento. Exemplo, quando erro o caminho pra algum lugar que nao conheço bem, ao menos andei por caminhos que nunca tinha andado antes, e entao conheci lugares novos e vi gente nova, ou até quem sabe ganhei mais que se tivesse ido pelo caminho certo. Bom, minha vida é muito simples, nasci no Brasil em alguma parte do litoral e tenho uma familia de classe média baixa desde sempre, dificil seria esperar muito de uma história tao simples como essa. Sinceramente o que acho que irá surpreender voces é meu jeito maniaco de pensar e de entreter a mim mesmo com meus pensamentos. Enfim, deixe me concentrar e achar a ponta dessa bola de fios de lã.




Toda semana começa no domingo, dia que eu acordo tarde em algum lugar. Em algum lugar que eu conheça, é claro. Se eu acordar na casa de um amigo é muito tranquilo, fico numa boa interagindo com uma familia que nao é a minha e me sinto bem por ter a impressao de conviver com pessoas diferentes. Gosto muito de pensar em pertencer a outra familia, viver em outra casa, acho que isso seria definitivamente relevante na minha personalidade. Mas eu sou idiota falando isso pq n to dando valor ao meu próprio esforço, alias nunca dei muito valor mesmo pq sempre to achando que um dia vou me esforçar extremamente bem e ter orgulho de mim mesmo por isso. Esforço que eu digo é de ser voce sem influencia de ninguem, é dificil pra caralho gostar de uma banda que voce descobriu sozinho, adorar um filme que voce foi lá e achou na locadora, e falar uma lingua fluentemente sendo que ninguem perto de voce sabe nem falar oi.
Entao é mais ou menos isso, tá mal explicado. Se acordar na minha casa mesmo, levanto da cama e ligo o pc dps faço outras coisas basicas. Porra eu tenho um pc foda bem no meu quarto e nao dou valor a isso. Se bem que meu quarto podia ter uma porta tambem rs.
De tarde tem aqueles bostas flamenguistas gritando e com som do carro alto pra caralho tocando algum funk escroto no bar que tem em frente a minha casa. Fico puto a décima potencia do cateto da hipotenusa. Eu sou botafoguense desde que nasci, nunca gostei de flamenguista por eles serem tao .... tao brasileiros. Eu n gosto de brasileiro, verdade. Tem dia que eu olho em volta e vejo um monte de gente extrovertida com olhar estúpido fazendo coisas chatas e sendo irritante. Talvez todas as pessoas do mundo sejam assim, ou talvez por isso que tem vezes que eu gostaria tanto que todo mundo morresse, mas esses sao outros quinhentos. No domingo eu sempre digo que vou estudar o dia inteiro mas faço alguma coisa que demora muito e o tempo que sobra vou ver tv ou uso o computador e lá pras 11h vou lembrar que tenho que estudar e durmo. Deve ser por isso que to de recuperaçao final em química e mais umas materias que tenho que checar no boletim... to com preguiça haha
enfim meu domingo é bem chato, e é o único dia que nao vou pra vitória, pelo menos nao fico puto dentro de um transcol lotado e porra, transcol lotado é o simbolo da pobreza. Enquanto eu to lá suando e me espremendo tem uns filhos da puta voando de helicóptero por aí. Próximo post eu falo como é minha segunda.

9 de novembro de 2009

As coisas mudaram muito desde um tempo atrás. Me lembro da época de juventude, quando lutava contra criminosos que praticavam crimes com propósitos razoáveis. Era um tipo de ligação entre opostos, eu e os espertos, competindo pra saber quem saía por cima. Agora é como se estivesse combatendo um inimigo invisível, pessoas doentes que se manifestam derrepente e transmitem sua loucura sem o concentimento de ninguém. Mas o que meu último caso mostrou foi algo que jamais vou entender...

Detetive Flitznick, Cake Town, 1 de maio de 2053

Eu estava sentado em minha cadeira tentando resolver um problema de extrema complexidade, quando ela apareceu. ***** entrou sem ao menos bater, ela sabe que eu odeio quando ela faz isso, mas nao se importa, acha que só porque ela nao tem o maldito costume que todo mundo pode sair fazendo a putaria que quiser por aí. Olhou para mim com aqueles olhos languidos, estava pálida como a neve. Desde que conheci ela sempre foi branca, mas parecia que tinha caído num saco de farinha naquele dia.

- Oh Nick! Eu me jogo a seus pés! preciso de sua ajuda (em espanhol)
- Estou farto
- Nao, por favor! me ajude!
- Voce nao entende, eu cansei de voce. enjoei de olhar pra esse seu rosto, esse seu cheiro... me dá nojo
- Nao me trate assim Nick, voce sabe que sempre fui obediente, nao sabe?
( ***** foi minha namorada há um tempo atras. Depois que me distanciei ela tomou gosto pelo próprio sofrimento e vive atras de mim o tempo todo. O amor que ela sentia por mim foi dilacerado como as entranhas de um camundongo, capturado por uma coruja noturna. Agora o que resta é a cicatriz do orgulho ferido, incenssantemente insaciável, um diabo destinado a me enfernizar... Apesar disso, arrumei uma funçao para ela. Informante.)
- Sim, é verdade, mas nao trabalho mais com a máfia. Seu serviço agora me é inútil.
- Pois saiba que vim aqui por outro motivo, detetive Flitznick! Estou sendo caçada por um serial killer!
- E que tenho eu com isso?
- Bem, depois que papi Billy morreu, ainda sobrou grande parte da quantia da herança, e posso oferece-la toda para voce Nick!
( Billy foi um grande mafioso em Cake Town, mas depois que concentiu poder ao manda-chuva George Gigge, tornou-se um velho estúpido e suntuoso, alguns meses depois foi encontrado morto na banheira de seu flat, nao quis me relacionar ao caso)

(Minha geladeira anda vazia e só sobrou dois maços de cigarros na gaveta... as coisas nao andam muito bem para mim... preciso desse dinheiro... mas nao)
- Nao.
- Como nao? Nao tem mais o que comer, está puro osso! olhe!
- Estou bem.
- Voce nao me engana Nick, sei que está mentindo. Vamos, eu posso pagar adiantado se quiser.
* silencio *
- Diabos, odeio minha vida. Diga me quem está te ameaçando.

[...]

1 de novembro de 2009

O ato

Toda ação humana tem uma intenção básica, que supostamente seriao de ser agente transformador de determinado ambiente. Alguns desses atos, estabelecidos em razão de um ideal, como a justiça, a paz, a fé; acabam por não ter efeito algum, ou efeito contrário. É um paradoxo buscar justiça cometendo injustiça, buscar fé com falta de fé, exigir esperança quando ela se expira. Diante do dilema, numa situação de desespero, não agir de forma alguma seria razoável. Mas o ser humano sendo selvagem por natureza, comete sempre os mesmos erros dos que julgavam estar errados.
Conceitos humanos são incoerentes como vacas voadoras e chifres equinos.