5 de agosto de 2009

passarinho verde

Eu tinha um passarinho. Todo o dia quando eu chegava da escola, ia pro meu quarto e deitava pra pensar, ele aparecia na minha janela. Era verde da cor da grama, como nunca tinha visto antes. Quando ele pousava logo dizia "bom dia!" e eu respondia "bom dia tambem!", um momento mágico mesmo, lhe contava meus problemas e ele me dava conselhos quando eu tivesse que melhorar em algum ponto; ficava sério se eu fizesse alguma brincadeira de mal gosto. Chamava ele de 'Auto-crítica'. O tempo foi passando, meus problemas foram mudando e eu deixei de ouvir os conselhos dele. Tinha vezes que Auto-crítica chegava na janela e me cumprimentava "bom dia túlio!" e nem o respondia. Então, um dia ele ficou farto da minha ingratidão e foi-se embora. Acabei que senti saudades dele, por acabar não conseguindo resolver meus problemas sozinho, e tornei a procurá-lo por cada árvore. Achei ele emcima de uma maçieira morta, lá estava ele, pequenino e imponente. Gritei "bom dia!", e ele me devolveu um sorriso irônico, riu na minha cara, em deboxe. Logo quando me virei ele me atacou. Investia contra mim diversas vezes, até que caí no chão. Eu o olhava assustado, e derrepente transformou-se numa imagem idêntica a minha. Fiquei branco como leite. Ele aproximou-se e deu o braço para me apoiar. Quando me levantei de pé, o passarinho me fitou nos olhos e disse: "apartir de agora, quando não conseguires mais resolver teus problemas, assumirei o comando e tu ficarás em segunda posição."
E assim é até hoje.

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